Objetivo

Apesar de ser mais lembrado como terra das frondosas Araucárias, foi a árvore da erva mate que rendeu ao Paraná os recursos que alavancaram seu desenvolvimento. Ainda hoje tem relativa importância econômica e social, mesmo que seja quase ignorada por parcela significativa da população do estado. O mate, matéria prima do chimarrão e tererê, é genuinamente paranaense e não é a toa que um ramo de mate e outro de Araucária se abraçam na bandeira estadual. O Paraná, ainda hoje, possui as maiores reservas de erva mate nativa, que são as mais procuradas pelos apreciadores. Foram destas matas que saíram as maiores quantidades de mate para abastecer os grandes mercados consumidores como o Uruguai, a Argentina e o Rio Grande do Sul no século XIX e até meados do XX. Hoje o abastecimento incorpora produto de lavouras cultivadas onde o produto nativo é escasso.

Davi Carneiro, talvez o intelectual mais importante do Paraná, considerava o paranaense valente, porém modesto além da conta. É notório que as pessoas que ao longo do tempo adotaram o estado para viver e que portanto possuem raízes externas, ainda não encontraram uma identidade cultural local mais forte. Isto só acontecerá quando a história paranaense for mais conhecida, apreciada e repassada para as gerações mais novas. Não faltam bons livros e outras manifestações culturais e literárias que retratam o passado, mas nem sempre é fácil descobri-los. Pode ser mais difícil ainda encontrá-los, mas hoje as ferramentas informatizadas facilitam bastante as buscas em livrarias, sebos, bibliotecas, museus, arquivos públicos, etc, do material desejado.

O blog apresentará algumas das literaturas mais acessíveis (livros, reportagens e documentos) que retratam passagens interessantes e importantes da história paranaense, que é muito rica e vai muito além do que normalmente é aprendido na formação escolar.

quarta-feira, 15 de abril de 2020

Utopia

Quase meio século antes da Colônia Cecília, em 1847, o francês Dr. Faivre fundava à beira do rio Ivaí uma comunidade agrícola de franceses batizada de Thereza Christina, em homenagem à Imperatriz, amiga, incentivadora e patrocinadora. Situada dentro das fronteiras do atual município de Cândido de Abreu ainda está lá e é hoje um distrito. Nome de uma importante rua de Curitiba, poucos paranaenses conhecem a história da ilustre figura de Jean-Maurice Faivre, médico com relevantes serviços prestados no período imperial e homem de princípios poucos comuns. Teve a idéia de estabelecer uma comunidade socialista afastada da civilização, inspirada nas reduções jesuíticas que floresceram na mesma região no Paraná espanhol do século XVII. Como as demais comunidades utópicas semelhantes, não progrediu como esperava seu idealizador, apesar de toda perseverança e esforço. Entretanto, a vila acabou se adaptando, recebendo novos imigrantes e permaneceu viva, como nos conta o autor de Saga da Esperança, socialismo utópico à beira do Ivaí.



Saga da Esperança
Josué Corrêa Fernandes
Imprensa Oficial do PR
2006