Objetivo

Apesar de ser mais lembrado como terra das frondosas Araucárias, foi a árvore da erva mate que rendeu ao Paraná os recursos que alavancaram seu desenvolvimento. Ainda hoje tem relativa importância econômica e social, mesmo que seja quase ignorada por parcela significativa da população do estado. O mate, matéria prima do chimarrão e tererê, é genuinamente paranaense e não é a toa que um ramo de mate e outro de Araucária se abraçam na bandeira estadual. O Paraná, ainda hoje, possui as maiores reservas de erva mate nativa, que são as mais procuradas pelos apreciadores. Foram destas matas que saíram as maiores quantidades de mate para abastecer os grandes mercados consumidores como o Uruguai, a Argentina e o Rio Grande do Sul no século XIX e até meados do XX. Hoje o abastecimento incorpora produto de lavouras cultivadas onde o produto nativo é escasso.

Davi Carneiro, talvez o intelectual mais importante do Paraná, considerava o paranaense valente, porém modesto além da conta. É notório que as pessoas que ao longo do tempo adotaram o estado para viver e que portanto possuem raízes externas, ainda não encontraram uma identidade cultural local mais forte. Isto só acontecerá quando a história paranaense for mais conhecida, apreciada e repassada para as gerações mais novas. Não faltam bons livros e outras manifestações culturais e literárias que retratam o passado, mas nem sempre é fácil descobri-los. Pode ser mais difícil ainda encontrá-los, mas hoje as ferramentas informatizadas facilitam bastante as buscas em livrarias, sebos, bibliotecas, museus, arquivos públicos, etc, do material desejado.

O blog apresentará algumas das literaturas mais acessíveis (livros, reportagens e documentos) que retratam passagens interessantes e importantes da história paranaense, que é muito rica e vai muito além do que normalmente é aprendido na formação escolar.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

150 anos da criação Política

Em 2003, ano do sesquicentenário da criação da Província do Paraná foi editada uma coleção de cinco livros, sob o título de Páginas Escolhidas-150 anos da criação política do Paraná, quais sejam:

-História;
-Símbolos, Discursos e Comemorações;
-Literatura Vol. I
-Literatura  Vol. II
-Cem anos de sociedade, arte e educação em Curitiba: 1853-1953

Cada volume contém uma coleção de textos reunidos pela Academia Paranaense de Letras, Instituto Histórico e Geográfico do Paraná e apoio do Farol do Saber de Curitiba.

Seguem dois exemplos de assuntos abordados nos livros:

Páginas escolhidas - Símbolos, Discursos e Comemorações
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O Barão do Rio Branco e a Questão de Palmas, por Thereza M. M. Quintella

Havia discordância quanto à definição da fronteira entre Brasil e Argentina na região do sudoeste paranaense (região de Palmas). Os Argentinos alegavam que as linhas de limites entre os territórios eram os rios Jangada e Chapecó, enquanto que o Brasil defendia que a fronteira era delimitada pelos rios Santo Antonio e Pepiri-Guaçu. Esta questão se estendeu por um longo tempo e só foi resolvido (a favor do Brasil) posteriormente, já no período republicano com a arbitragem do presidente Cleveland dos EUA, tendo o Brasil nesta ocasião sido brilhantemente defendido junto às autoridades norte-americanas por José da Silva Paranhos Jr. (Barão do Rio Branco). Pelo seu trabalho em favor do Paraná o Barão do Rio Branco foi homenageado com um  monumento em 1912, colocado na praça Generoso Marques em Curitiba.
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Páginas escolhidas - Literatura – vol. II
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Santos Dumont no Paraná, por Lupion Quadros

Em 1916 Santos Dumont em visita a Argentina foi convidado a conhecer as cataratas do Iguaçu na cidade de Foz do Iguaçu. Levado ao local dos saltos ficou muito impressionado com a beleza e imponência do cenário e resolveu que iria imediatamente para a capital paranaense para solicitar às autoridades as providências necessárias para a criação de um parque para proteger e manter preservado aquele patrimônio natural, que estava dentro de uma propriedade privada. De Foz do Iguaçu viajou até Guarapuava a cavalo pelas trilhas do telégrafo. Desta cidade viajou para Ponta Grossa de carro e depois até Curitiba de trem. Visitou ainda Paranaguá, onde desceu de trem e subiu de carro pela estrada da Graciosa. Seu pedido foi feito diretamente ao governador Afonso Camargo e acabou sendo posteriormente atendido.
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Páginas Escolhidas
Autor: vários
Editora da Assembléia Legislativa do Paraná
2003