Objetivo

Apesar de ser mais lembrado como terra das frondosas Araucárias, foi a árvore da erva mate que rendeu ao Paraná os recursos que alavancaram seu desenvolvimento. Ainda hoje tem relativa importância econômica e social, mesmo que seja quase ignorada por parcela significativa da população do estado. O mate, matéria prima do chimarrão e tererê, é genuinamente paranaense e não é a toa que um ramo de mate e outro de Araucária se abraçam na bandeira estadual. O Paraná, ainda hoje, possui as maiores reservas de erva mate nativa, que são as mais procuradas pelos apreciadores. Foram destas matas que saíram as maiores quantidades de mate para abastecer os grandes mercados consumidores como o Uruguai, a Argentina e o Rio Grande do Sul no século XIX e até meados do XX. Hoje o abastecimento incorpora produto de lavouras cultivadas onde o produto nativo é escasso.

Davi Carneiro, talvez o intelectual mais importante do Paraná, considerava o paranaense valente, porém modesto além da conta. É notório que as pessoas que ao longo do tempo adotaram o estado para viver e que portanto possuem raízes externas, ainda não encontraram uma identidade cultural local mais forte. Isto só acontecerá quando a história paranaense for mais conhecida, apreciada e repassada para as gerações mais novas. Não faltam bons livros e outras manifestações culturais e literárias que retratam o passado, mas nem sempre é fácil descobri-los. Pode ser mais difícil ainda encontrá-los, mas hoje as ferramentas informatizadas facilitam bastante as buscas em livrarias, sebos, bibliotecas, museus, arquivos públicos, etc, do material desejado.

O blog apresentará algumas das literaturas mais acessíveis (livros, reportagens e documentos) que retratam passagens interessantes e importantes da história paranaense, que é muito rica e vai muito além do que normalmente é aprendido na formação escolar.

domingo, 9 de fevereiro de 2020

Paraná Militar

Pois é, pode não parecer mas o Paraná tem uma história militar, e David Carneiro reuniu as  passagens mais relevantes no início da década de 1940 no livro "O Paraná na história militar do Brasil".

É preciso lembrar que Curitiba, a quinta comarca de São Paulo, precede o  Paraná, que só se emancipou em 1853. Logo, é preciso estar atento a quem de direito se deve creditar determinadas ações. Por exemplo: ensina o autor que foram os curitibanos que fundaram Viamão. Porto Alegre só nasceu depois, com imigrantes açorianos agricultores. Curitibanos se dirigiam ao sul em missões militares contra os espanhóis e alguns por lá ficavam e se estabeleciam em novas fazendas.

Foram abordadas desde as primeiras expedições e bandeiras até as participações de paranaenses em conflitos com a Revolução Federalista, o Contestado, Canudos, guerra do Paraguai, etc.

Ao final em anexo, conta o curioso incidente do navio inglês Cormorant que foi surpreendido pelo fogo dos canhões da Fortaleza da Ilha do Mel, depois de apreender navios brasileiros que supostamente traficavam escravos, no porto de Paranaguá.



O Paraná na história militar do Brasil
David Carneiro
Coleção Farol do Saber
Travessa dos Editores
1995