Objetivo

Apesar de ser mais lembrado como terra das frondosas Araucárias, foi a árvore da erva mate que rendeu ao Paraná os recursos que alavancaram seu desenvolvimento. Ainda hoje tem relativa importância econômica e social, mesmo que seja quase ignorada por parcela significativa da população do estado. O mate, matéria prima do chimarrão e tererê, é genuinamente paranaense e não é a toa que um ramo de mate e outro de Araucária se abraçam na bandeira estadual. O Paraná, ainda hoje, possui as maiores reservas de erva mate nativa, que são as mais procuradas pelos apreciadores. Foram destas matas que saíram as maiores quantidades de mate para abastecer os grandes mercados consumidores como o Uruguai, a Argentina e o Rio Grande do Sul no século XIX e até meados do XX. Hoje o abastecimento incorpora produto de lavouras cultivadas onde o produto nativo é escasso.

Davi Carneiro, talvez o intelectual mais importante do Paraná, considerava o paranaense valente, porém modesto além da conta. É notório que as pessoas que ao longo do tempo adotaram o estado para viver e que portanto possuem raízes externas, ainda não encontraram uma identidade cultural local mais forte. Isto só acontecerá quando a história paranaense for mais conhecida, apreciada e repassada para as gerações mais novas. Não faltam bons livros e outras manifestações culturais e literárias que retratam o passado, mas nem sempre é fácil descobri-los. Pode ser mais difícil ainda encontrá-los, mas hoje as ferramentas informatizadas facilitam bastante as buscas em livrarias, sebos, bibliotecas, museus, arquivos públicos, etc, do material desejado.

O blog apresentará algumas das literaturas mais acessíveis (livros, reportagens e documentos) que retratam passagens interessantes e importantes da história paranaense, que é muito rica e vai muito além do que normalmente é aprendido na formação escolar.

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

Chacina na Serra do Mar

A figura mais importante de Curitiba ao final do século XIX, o Barão do Serro Azul, juntamente com outras cinco pessoas, foram sumariamente fuzilados pelas tropas do governo brasileiro.  Estavam sendo transportados presos e viajavam de trem supostamente com destino ao Rio de Janeiro quando no meio do trajeto o trem parou na Serra do Mar e a execução foi consumada, sem julgamento ou ordem formal. Esta chacina nunca foi devidamente esclarecida e até hoje é um assunto mal resolvido. O Barão estava detido pelas autoridades por haver assumido a liderança dos cidadãos curitibanos quando a cidade foi invadida pelas tropas de Gumercindo Saraiva que liderava um pequeno exército que avançava rumo norte lutando pela Revolução Federalista. Serro Azul foi encarregado de negociar com Saraiva as condições da ocupação e é consenso que evitou uma grande tragédia para os habitantes da cidade.


As autoridades encarregadas de defender Curitiba haviam previamente fugido para outras cidades, entre eles o comandante militar e o governador em exercício, Vicente Machado, deixando a cidade sem defesas e sem lideranças. Depois da evacuação das tropas rebeldes e a volta das autoridades foram tomadas decisões revanchistas que culminaram nesta tragédia.







A última viagem do Barão do Serro Azul
Túlio Vargas
Editora Juruá
2009