Objetivo

Apesar de ser mais lembrado como terra das frondosas Araucárias, foi a árvore da erva mate que rendeu ao Paraná os recursos que alavancaram seu desenvolvimento. Ainda hoje tem relativa importância econômica e social, mesmo que seja quase ignorada por parcela significativa da população do estado. O mate, matéria prima do chimarrão e tererê, é genuinamente paranaense e não é a toa que um ramo de mate e outro de Araucária se abraçam na bandeira estadual. O Paraná, ainda hoje, possui as maiores reservas de erva mate nativa, que são as mais procuradas pelos apreciadores. Foram destas matas que saíram as maiores quantidades de mate para abastecer os grandes mercados consumidores como o Uruguai, a Argentina e o Rio Grande do Sul no século XIX e até meados do XX. Hoje o abastecimento incorpora produto de lavouras cultivadas onde o produto nativo é escasso.

Davi Carneiro, talvez o intelectual mais importante do Paraná, considerava o paranaense valente, porém modesto além da conta. É notório que as pessoas que ao longo do tempo adotaram o estado para viver e que portanto possuem raízes externas, ainda não encontraram uma identidade cultural local mais forte. Isto só acontecerá quando a história paranaense for mais conhecida, apreciada e repassada para as gerações mais novas. Não faltam bons livros e outras manifestações culturais e literárias que retratam o passado, mas nem sempre é fácil descobri-los. Pode ser mais difícil ainda encontrá-los, mas hoje as ferramentas informatizadas facilitam bastante as buscas em livrarias, sebos, bibliotecas, museus, arquivos públicos, etc, do material desejado.

O blog apresentará algumas das literaturas mais acessíveis (livros, reportagens e documentos) que retratam passagens interessantes e importantes da história paranaense, que é muito rica e vai muito além do que normalmente é aprendido na formação escolar.

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

Paraná, 1858

O aventureiro e médico alemão, Robert Avé-Lallemat, deixou as impressões de sua passagem pelo Paraná em 1858, apenas 5 anos após a emancipação e seu relato é apreciado pela sua franqueza  em descrever o que viu.

Esteve apenas em Curitiba, vindo de Joinvile (SC) e em Antonina, de onde partiu de navio para Santos (SP). Portanto percorreu os caminhos do Arraial e da Graciosa que eram de difícil percurso. Estimou que a província era habitada por 80.000 pessoas, das quais aproximadamente 5.000 moravam em Curitiba e mencionou o gado e o mate como os produtos principais.

Apontou a pobreza da população, mas também previu um futuro brilhante para a jovem província.




1858, Viagem pelo Paraná
Robert Avé-Lallemant
Coleção Farol do Saber
Fundação Cultural de Curitiba
1995