Objetivo

Apesar de ser mais lembrado como terra das frondosas Araucárias, foi a árvore da erva mate que rendeu ao Paraná os recursos que alavancaram seu desenvolvimento. Ainda hoje tem relativa importância econômica e social, mesmo que seja quase ignorada por parcela significativa da população do estado. O mate, matéria prima do chimarrão e tererê, é genuinamente paranaense e não é a toa que um ramo de mate e outro de Araucária se abraçam na bandeira estadual. O Paraná, ainda hoje, possui as maiores reservas de erva mate nativa, que são as mais procuradas pelos apreciadores. Foram destas matas que saíram as maiores quantidades de mate para abastecer os grandes mercados consumidores como o Uruguai, a Argentina e o Rio Grande do Sul no século XIX e até meados do XX. Hoje o abastecimento incorpora produto de lavouras cultivadas onde o produto nativo é escasso.

Davi Carneiro, talvez o intelectual mais importante do Paraná, considerava o paranaense valente, porém modesto além da conta. É notório que as pessoas que ao longo do tempo adotaram o estado para viver e que portanto possuem raízes externas, ainda não encontraram uma identidade cultural local mais forte. Isto só acontecerá quando a história paranaense for mais conhecida, apreciada e repassada para as gerações mais novas. Não faltam bons livros e outras manifestações culturais e literárias que retratam o passado, mas nem sempre é fácil descobri-los. Pode ser mais difícil ainda encontrá-los, mas hoje as ferramentas informatizadas facilitam bastante as buscas em livrarias, sebos, bibliotecas, museus, arquivos públicos, etc, do material desejado.

O blog apresentará algumas das literaturas mais acessíveis (livros, reportagens e documentos) que retratam passagens interessantes e importantes da história paranaense, que é muito rica e vai muito além do que normalmente é aprendido na formação escolar.

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

História psicológica do Paraná

Em 1943, Davi Carneiro escreveu três artigos em um jornal da época que lhe custaram um inquérito judicial promovido por autoridades governamentais do estado (na época sob intervenção de Manuel Ribas). Posteriormente estes artigos deram origem ao livro  "História Psicológica do Paraná". O diagnóstico do autor ainda parece atual. Resumindo, David Carneiro analisa a modéstia, timidez e outras características do pouco bairrista Paranaense que se a princípio podem parecer qualidades por outro lado prejudicam a formação de uma cultura regionalista. O Paranaense em geral dá pouca importância às suas origens e mesmo dentro do Paraná os forasteiros acabam se impondo e ocupando os espaços mais importantes.


História Psicológica do Paraná
Davi Carneiro
Editor: Dicesar Plaisant
1944




Este livro está disponível para download no site do Museu Paranaense: