Objetivo

Apesar de ser mais lembrado como terra das frondosas Araucárias, foi a árvore da erva mate que rendeu ao Paraná os recursos que alavancaram seu desenvolvimento. Ainda hoje tem relativa importância econômica e social, mesmo que seja quase ignorada por parcela significativa da população do estado. O mate, matéria prima do chimarrão e tererê, é genuinamente paranaense e não é a toa que um ramo de mate e outro de Araucária se abraçam na bandeira estadual. O Paraná, ainda hoje, possui as maiores reservas de erva mate nativa, que são as mais procuradas pelos apreciadores. Foram destas matas que saíram as maiores quantidades de mate para abastecer os grandes mercados consumidores como o Uruguai, a Argentina e o Rio Grande do Sul no século XIX e até meados do XX. Hoje o abastecimento incorpora produto de lavouras cultivadas onde o produto nativo é escasso.

Davi Carneiro, talvez o intelectual mais importante do Paraná, considerava o paranaense valente, porém modesto além da conta. É notório que as pessoas que ao longo do tempo adotaram o estado para viver e que portanto possuem raízes externas, ainda não encontraram uma identidade cultural local mais forte. Isto só acontecerá quando a história paranaense for mais conhecida, apreciada e repassada para as gerações mais novas. Não faltam bons livros e outras manifestações culturais e literárias que retratam o passado, mas nem sempre é fácil descobri-los. Pode ser mais difícil ainda encontrá-los, mas hoje as ferramentas informatizadas facilitam bastante as buscas em livrarias, sebos, bibliotecas, museus, arquivos públicos, etc, do material desejado.

O blog apresentará algumas das literaturas mais acessíveis (livros, reportagens e documentos) que retratam passagens interessantes e importantes da história paranaense, que é muito rica e vai muito além do que normalmente é aprendido na formação escolar.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

Curitiba sem mitos

Por muito tempo ficaram desconhecidas as verdadeiras origens da cidade de Curitiba, ou pelo menos se sabia muito pouco. Lendas e mitos sempre acabam se sobrepondo a verdades históricas e neste caso não era diferente. Na falta de registros o que prevalecia eram as lendas.

Júlio Estrella Moreira, enfim, desvendou o mistério e num trabalho de detetive juntou todas as informações registradas e publicou este livro em 1972. Tudo é demonstrado com documentos, evidências e pesquisas de campo, sem apelos a suposições. O trabalho se dedica aos primeiros povoadores da Vilinha, nas margens do rio Atuba, ao fundador deste povoado, Eleodoro  Ébano Pereira, a localização dos abrigos e a posterior transferência deste povoado para onde hoje é a região central da cidade de Curitiba.

Esclarece ainda a questão da grafia do nome, que ao longo do tempo adotou diversas versões,  demonstrando que a atual ortografia sempre foi a forma mais correta.

Em função deste trabalho a prefeitura criou no local indicado o “Parque histórico da Vilinha”.




Eleodoro Ébano Pereira e a fundação de Curitiba
Júlio Estrella Moreira
Editora UFPR
1972