Objetivo

Apesar de ser mais lembrado como terra das frondosas Araucárias, foi a árvore da erva mate que rendeu ao Paraná os recursos que alavancaram seu desenvolvimento. Ainda hoje tem relativa importância econômica e social, mesmo que seja quase ignorada por parcela significativa da população do estado. O mate, matéria prima do chimarrão e tererê, é genuinamente paranaense e não é a toa que um ramo de mate e outro de Araucária se abraçam na bandeira estadual. O Paraná, ainda hoje, possui as maiores reservas de erva mate nativa, que são as mais procuradas pelos apreciadores. Foram destas matas que saíram as maiores quantidades de mate para abastecer os grandes mercados consumidores como o Uruguai, a Argentina e o Rio Grande do Sul no século XIX e até meados do XX. Hoje o abastecimento incorpora produto de lavouras cultivadas onde o produto nativo é escasso.

Davi Carneiro, talvez o intelectual mais importante do Paraná, considerava o paranaense valente, porém modesto além da conta. É notório que as pessoas que ao longo do tempo adotaram o estado para viver e que portanto possuem raízes externas, ainda não encontraram uma identidade cultural local mais forte. Isto só acontecerá quando a história paranaense for mais conhecida, apreciada e repassada para as gerações mais novas. Não faltam bons livros e outras manifestações culturais e literárias que retratam o passado, mas nem sempre é fácil descobri-los. Pode ser mais difícil ainda encontrá-los, mas hoje as ferramentas informatizadas facilitam bastante as buscas em livrarias, sebos, bibliotecas, museus, arquivos públicos, etc, do material desejado.

O blog apresentará algumas das literaturas mais acessíveis (livros, reportagens e documentos) que retratam passagens interessantes e importantes da história paranaense, que é muito rica e vai muito além do que normalmente é aprendido na formação escolar.

terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

Estrada de ferro Paranaguá/Curitiba

A estrada de ferro Paranaguá/Curitiba é um marco fundamental na história econômica do Paraná. Antonio Rebouças trabalhou na transformação do caminho da Graciosa em via carroçável e neste período elaborou paralelamente o anteprojeto da estrada de ferro Antonina/Curitiba pelo caminho do Itupava.

De inicio havia duas concessões para a estrada de ferro Curitiba/Paranaguá:
-a primeira para o trecho Antonina/Curitiba (para Rebouças e outros); 
-a segunda para Paranaguá/Morretes.
Antonio Rebouças deixou o Paraná em 1873, com a conclusão da Graciosa, e faleceu pouco tempo depois, em 1874.

Como os concessionários não viabilizaram as execuções das obras, em 1879 todos os direitos foram transferidos para uma empresa estrangeira (Cia G. Chemins de fer Bresiliens) criada para este propósito. Esta empresa se associou ainda a uma empresa Belga (S.A. de Travaux Dyle et Bacalan) para construir a estrada inteira (Paranaguá/Curitiba).

De 1880 até o inicio de 1882 as obras foram dirigidas pelo comendador italiano Antonio Ferrucci. Depois ele se demitiu e assumiu o Eng. João Teixeira Soares, que permaneceu à frente dos trabalhos até sua conclusão em 1885.
-D. Pedro II e Dna Tereza estiveram em visita ao PR entre Maio e Junho de 1880 para lançar a pedra fundamental da construção;
-A Princesa Isabel e família vieram em Dezembro de 1884 como parte do ritual da inauguração e já viajaram de trem na ida e volta entre Paranaguá e Curitiba.

No centenário da inauguração da ferrovia foi publicado este livro com sua história.



Uma viagem de 100 anos
Autor: vários
Rede Ferroviária Federal
1985