Objetivo

Apesar de ser mais lembrado como terra das frondosas Araucárias, foi a árvore da erva mate que rendeu ao Paraná os recursos que alavancaram seu desenvolvimento. Ainda hoje tem relativa importância econômica e social, mesmo que seja quase ignorada por parcela significativa da população do estado. O mate, matéria prima do chimarrão e tererê, é genuinamente paranaense e não é a toa que um ramo de mate e outro de Araucária se abraçam na bandeira estadual. O Paraná, ainda hoje, possui as maiores reservas de erva mate nativa, que são as mais procuradas pelos apreciadores. Foram destas matas que saíram as maiores quantidades de mate para abastecer os grandes mercados consumidores como o Uruguai, a Argentina e o Rio Grande do Sul no século XIX e até meados do XX. Hoje o abastecimento incorpora produto de lavouras cultivadas onde o produto nativo é escasso.

Davi Carneiro, talvez o intelectual mais importante do Paraná, considerava o paranaense valente, porém modesto além da conta. É notório que as pessoas que ao longo do tempo adotaram o estado para viver e que portanto possuem raízes externas, ainda não encontraram uma identidade cultural local mais forte. Isto só acontecerá quando a história paranaense for mais conhecida, apreciada e repassada para as gerações mais novas. Não faltam bons livros e outras manifestações culturais e literárias que retratam o passado, mas nem sempre é fácil descobri-los. Pode ser mais difícil ainda encontrá-los, mas hoje as ferramentas informatizadas facilitam bastante as buscas em livrarias, sebos, bibliotecas, museus, arquivos públicos, etc, do material desejado.

O blog apresentará algumas das literaturas mais acessíveis (livros, reportagens e documentos) que retratam passagens interessantes e importantes da história paranaense, que é muito rica e vai muito além do que normalmente é aprendido na formação escolar.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

Paranaguá no século XVI

A ocupação do território paranaense começou  com a penetração de exploradores portugueses vindo de Cananéia (SP) pela baia de Paranaguá na segunda metade do século XVI. Entretanto, Hans Staden, aventureiro alemão fez duas viagens ao Brasil e antes disto na segunda viagem registrou em seu livro a passagem do navio em que servia pelo Superagui, norte da baía de Paranaguá em 1549, onde foram recebidos por dois portugueses que ali já se encontravam. Staden em seu livro publicou inclusive um esboço de mapa da baía. É o primeiro registro de ocupação portuguesa do litoral paranaense. Este livro foi um sucesso de vendas na época e ainda hoje é muito apreciado, mais particularmente pela narrativa do período em que Staden permaneceu aprisionado pelos selvagens de São Vicente, depois que seu navio naufragou, e seu temor de ser devorado por seus carcereiros antropófagos.

Foi nos rios que desembocam na baia que os faiscadores encontraram ouro pela primeira vez no Brasil, atraindo aventureiros que dali subiram a serra do mar para os campos de Curitiba também em busca do metal, dando origem ao primeiro povoado da cidade de Curitiba às margens do rio Atuba.




Viagem ao Brasil
Hans Staden
Editora Martin Claret
2007